Ligações suspeitas entre Globo e Banco Rural, mas ninguém investiga
por Helena Sthephanowitz
publicado
15/07/2013
Quem tiver alguma informação, favor informar a este
blog. Procura-se o inquérito ou processo de investigação das operações
do Banco Rural com a Globo, consideradas fraudulentas e com evidência de
crime contra o sistema financeiro nacional, segundo o
ex-procurador-geral da República Antônio Fernando de Souza.
Em 2006, quando Souza apresentou a famosa denúncia ao ministro
Joaquim Barbosa do chamado "mensalão" (ação penal 470), registrou na página 90,
uma vistoria do Banco Central junto ao Banco Rural apontando crimes
contra o sistema financeiro nacional, envolvendo operações consideradas
fraudulentas com algumas empresas. Entre elas a Globo Comunicações e
Participações, a Globopar, controladora da TV Globo.
Consta que em 2004 a Globopar não conseguia honrar suas dívidas,
e o fundo de investimento W.R. Huff pediu a falência da empresa nos
Estados Unidos. Foi necessário um processo de reestruturação da dívida.
Contudo, as páginas 2.869 e 2.870 do acórdão do julgamento da Ação
Penal 470 registram que o mesmo padrão de empréstimo feito pelo Banco
Rural ao Partido dos Trabalhadores foi feito com a "Globo Comunicações e
Participações" – os ministros do STF consideraram as operações entre o
banco e o PT "atos fraudulentos de gestão".
Como a Globo não foi incluída como ré na ação penal 470, presumia-se
que o doutor Antônio Fernando, por dever de ofício, tenha desmembrado e
encaminhado a investigação envolvendo as operações entre a Globo e o
Banco Rural para a Procuradoria Regional Federal do Rio de Janeiro, onde
fica a sede da emissora.
Porém, passados sete anos, o caso continua envolto em mistério e,
sobre ele, não há uma única palavra no site do Ministério Público
Federal. O assunto torna-se mais preocupante diante do recente 'sumiço'
de um processo de R$ 615 milhões por sonegação de imposto de renda na
compra de direitos de transmissão da Copa de 2002 pela TV Globo, com uso
de operações em paraísos fiscais.
Causa desconforto saber que a Globo aparece nos autos dos inquéritos
relacionados ao "mensalão", com indícios que exigem investigação
profunda e que acaba de contratar Felipe Barbosa, filho do ministro
Joaquim Barbosa, relator dos processos, para trabalhar na emissora.
Antes da Globo, outra empresa apareceu envolvida nos meandros do caso: o Grupo Tom Brasil,
que teve o mesmo filho de Joaquim Barbosa como assessor de imprensa,
recebeu R$ 2,5 milhões do dinheiro que os ministros do STF consideraram
desviados da Visanet por meio da agência de publicidade de Marcos
Valério.
E agora? Pau que bate em Chico baterá em Francisco?
E a velha mídia... Essa página 90 do relatório que resultou na AP 470
permanece no limbo do noticiário da grande mídia até hoje. É mais um
vexame do corporativismo dos barões da mídia, na mesma linha que foi a
blindagem que a revista Veja obteve na CPI do Cachoeira.
Nenhum comentário:
Postar um comentário