segunda-feira, 5 de agosto de 2013

FHC, o neoliberal, sofre de amnésia, fala muito e não diz nada

DAVIS SENA FILHO, 4 de Agosto de 2013 
 
O ex-presidente tucano Fernando Henrique Cardoso — o Neoliberal I — teve mais um “tijolão” publicado na imprensa corporativa e de mercado, que há décadas o tem como o seu farol político e ideológico, no que diz respeito a estar no campo de direita e de oposição aos governos trabalhistas que conquistaram eleitoralmente e democraticamente a Presidência da República, a partir do ano de 2003.
 
FHC somente não pode escrever no The New York Times, porque quem é o titular de uma coluna mensal no jornal mais famoso do mundo é o ex-presidente trabalhista Luiz Inácio Lula da Silva, aquele que realizou governos muito mais competentes e melhores socialmente e economicamente que os governos do grão-tucano, bem como tem muito mais prestígio internacional do que o ex-mandatário do PSDB, que, inconformado e irritado, não consegue disfarçar a sua grande inveja em relação ao petista. 
 
Afinal de contas, o trabalhista Lula, ex-operário de origem paupérrima, nordestino, considerado pelas “elites” um pau-de-arara e que tem um dedo a menos em uma de suas mãos deve estar cansado de ganhar medalhas, comendas e diplomas dos reitores das universidades mais respeitadas do mundo e do Brasil, coisa que, definitivamente, não acontece com o tucano neoliberal FHC, que optou por submeter o poderoso País da América Latina aos interesses e aos ditames dos governos, dos banqueiros e das multinacionais dos países desenvolvidos.
 
Contudo, está mais claro do que dia de sol a pino que o reconhecimento dos reitores, das academias de expressão e dos mandatários de inúmeros países é o resultado do que o governante trabalhista e a sua equipe de ministros realizaram. Lula assumiu um País quase falido, com reservas internacionais quase negativas e nenhuma credibilidade, a ter como exemplos simbólicos o “puxão de orelha” que o FHC recebeu do ex-presidente Bill Clinton na frente de vários presidentes e primeiros ministros de países desenvolvidos, além de seu chanceler, o diplomata Celso Lafer, ter tirado os sapatos, a mando de um subalterno, em aeroporto de New York. Não é preciso dizer nada mais.
 
O Governo de Lula foi de inclusão social, inegavelmente, porque aberto ao diálogo com a sociedade civil, com os empresários e os políticos, além de ter criado condições para efetivar a interface com os países emergentes, pobres e principalmente com as nações da América do Sul, que, no passado, sempre desconfiaram do Brasil por causa de seu tamanho e poder econômico e que atualmente dialogam com o gigante País de língua portuguesa, fundador do Mercosul, do Brics, da Unasul e do G-20.
 
Essas novas realidades ocasionaram a abertura de fronteiras até então fechadas e a derrubada de obstáculos entre os países, no que é relativo ao comércio exterior, aos intercâmbios de pesquisa, culturais e políticos, o que, sem sombra de dúvida, cooperou para dar fim às rivalidades sem sentido, aos preconceitos, bem como favoreceu a formalização de contratos e acordos internacionais, tanto no âmbito empresarial quanto nas esferas governamentais e de conhecimento técnico, científico e cultural.
 
Enquanto os governantes e economistas trabalhistas brasileiros efetivaram um processo de distribuição de renda e riqueza, além de recuperarem a infraestrutura do Brasil, pois sabiam que a demanda interna por consumo e as exportações iriam crescer exponencialmente e dessa forma evitar que a crise estadunidense e europeia de 2008 se alastrasse, inclusive, em toda a América do Sul, o governo do ex-presidente tucano FHC — o Neoliberal I — resolveu implementar, de forma radical, pois sem limites, o modelo neoliberal.
 
Modelo vinculado às grandes corporações banqueiras e empresariais, a exemplo do Banco Mundial (Bird) e do FMI, instituições de pirataria e rapinagem dominadas pelos Estados Unidos e meia dúzia de países de passados colonizadores, que hoje sofrem com uma crise econômica e financeira sem precedentes, porque até os empregos os seus povos perderam. O crash de 1929 é incomparavelmente menos grave do que a crise atual, pois hoje vivemos em um mundo globalizado, com um comércio internacional infinitamente maior e com uma população global que, em comparação com a de 1929, nos leva a pensar que o mundo daqueles tempos idos era despovoado.
 
A verdade é que o trabalhista Lula nunca vai ser perdoado pelas “elites” historicamente escravocratas brasileiras e estrangeiras, pois tais “elites” são farinhas do mesmo saco e da mesma ideologia de dominação sobre as classes sociais populares, responsáveis maiores pela riqueza daqueles que são os inquilinos do pico da pirâmide social. E é dessa forma que os ricos do Brasil e do exterior e a classe média portadora e replicadora dos valores, dos princípios e dos conceitos se comportam perante o nordestino que foi para São Paulo ainda pequeno para ganhar a vida.
 
Essa gente preconceituosa e elitista não perdoa o petista, porque se considera superior, porque o sentimento de classe é arraigado, como se fosse instintivo, a lutar pela sobrevivência, mesmo sabendo que os números e índices econômicos do governo trabalhista de Lula são inquestionavelmente maiores que o do tucano FHC — o Neoliberal I —, aquele que foi ao FMI três vezes, de joelhos e com o pires nas mãos, porque quebrou o Brasil três vezes, além de ter vendido o patrimônio público que ele e seus comparsas não construíram, porque quem edificou as principais estatais deste País foi o presidente estadista e trabalhista Getúlio Dornelles Vargas, que teve de dar um tiro no peito, em agosto de 1954, para evitar que a direita escravagista brasileira tomasse o poder em um golpe de estado — o que aconteceu, porque a direita somente chegou ao poder dez anos depois, em 1964, e todo mundo sabe no que deu tal golpe. Ou não sabe?
 
Entretanto, o motivo deste artigo é o blá blá blá sem sentido e desconcatenado do senhor Neoliberial I publicado nos jornais e revistas do sistema midiático privado, historicamente golpista, encastelados no Instituto Millenium, e propriedade de meia dúzia de famílias, que querem fazer do Brasil de 200 milhões de habitantes, além de ser a sexta maior economia do mundo, o quintal de suas casas.
 
FHC tem uma capacidade cognitiva sofrível e lamentável, por se tratar de um cidadão considerado e festejado pela burguesia como um intelectual. Só que os seus textos não tem pé e nem cabeça, pois são uma miscelânea de lugares comuns e que, definitivamente, não se contrapõem às realidades dos avanços sociais e econômicos conquistados pelo povo brasileiro nas administrações de Lula e da presidenta Dilma Rousseff. FHC é exemplo de cidadão e político coxinha. Ele foi criado nos gabinetes das academias e nos salões das mansões dos ricos, bem como nos palácios e palacetes que desde cedo sempre deu o seu ar da graça.
 
FHC só tem espaço na imprensa nativa, pois como colunista do The New York Times ele foi demitido.  Quando o tucano escreve, ele não diz nada com nada, apesar de o ex-presidente falar muito. O “ideólogo” do PSDB não apresenta uma única proposta concreta de governo ou qualquer projeto de país. Quem duvida do que eu afirmo que trate de lê-lo. Seu texto é de uma pobreza intelectual que chega a ser estéril e faz com que muitos leitores desconfiem de seu conhecimento sobre as questões brasileiras. É como se o tucano fosse, irremediavelmente, divorciado dos interesses e dos sonhos do povo brasileiro. Afirmo ainda que o FHC como intelectual é uma farsa como pensador, porque forjado pela burguesia tupiniquim e pelas editorias de política da imprensa alienígena e de direita.
 
Por fim, chego à conclusão que o político do PSDB sofre de uma terrível e predadora amnésia, porque todo mundo sabe, até as pessoas mais ingênuas e desinformadas, que o governo de tal tucano foi um retumbante fracasso, porque seus números econômicos e sociais são ridículos e não refletem, por exemplo, a arrogância, a prepotência, a vaidade e a total falta de discernimento de Fernando Henrique Cardoso — o Neoliberal I — sobre, inclusive, quem ele é e a quem ele representa. É isso aí.
  
Situação Política e Econômica após FHC, antes de o Lula assumir:
 
Em janeiro de 1999, desastrada maxidesvalorização do real o elevou de R$ 1,12 para R$ 2,17 em apenas uma semana. O governo privatista FHC se esgotou em 15 dias após a sua posse. Os três anos seguintes foram de extrema letargia, baixo crescimento e os dinheiros das grandes privatizações foram consumidos no imenso déficit das contas públicas. O maior caos político-administrativo foi o apagão energético. O Ministério de Minas e Energia ficou esvaziado e aconteceu o maior vexame da história recente: o País não podia crescer por falta de geração e transmissão da energia produzida. Apesar da melhoria da economia em 2001, o Governo FHC politicamente estava derrotado. Iniciado o ano da sucessão, a oposição comandada por Lula era amplamente favorita. Em Abril de 2002, o dólar estava no câmbio flutuante, no valor de R$ 2,32. O risco País em torno de 800 pontos (dados do BC).
 
A candidatura governista, da imprensa e dos empresários, na pessoa do tucano José Serra, não alça voo e se torna uma candidatura que ruma ao fracasso. Em meados de abril de 2002, Luiz Fernando Figueiredo, Diretor de Política Monetária do Banco Central, modifica a política de prefixação de rendimentos dos fundos de investimentos, a fim de antecipar os vencimentos dos títulos públicos fixados em dólar. A medida, aparentemente técnica, na verdade revela-se uma tentativa de golpear a oposição, pois dessa forma todos os índices econômicos são alterados radicalmente. Em um mês, o dólar salta para R$ 3,00. Este fato faz o risco país atingir os 1.500 pontos. A imprensa pró-FHC e seu candidato espalham boatos os quais culpam  a candidatura e a possível vitória de Lula nas eleições presidenciais. O clima de terror eleitoral foi prejudicial ao Brasil, porque entre o primeiro e o segundo turnos o dólar chegou a R$ 4,04 e o risco País a 2.500 pontos. O IGPM, que remunera aluguéis e tarifas públicas, vai a 30%;
 
O que legou Lula a Dilma
 
Além do excelente ano de 2010, com um crescimento vigoroso de 7,5%, e com todos os indicadores econômicos em alta, o Brasil sob a administração do presidente trabalhista Lula teve os seguintes indicadores:
 
1)    14 milhões de novos empregos e taxa de desemprego mais baixa da história;
2)    De Janeiro de 2003 a Junho de 2010, 43% a mais de empregos formais;
3)    Classe média aumentou em 24 milhões de pessoas;
4)    32 milhões de pessoas saíram da linha da miséria;
5)    Classe C tem mais poder de consumo de A+B juntas. Classe D emergindo e entrando firme no mercado;
6)    Salário mínimo foi de US$ 65 para R$ 295 e quebrou a versão de que se aumentasse salário a Previdência e as empresas iriam a falência;
7)    Brasil é 3º país  no ranking de investimentos mundiais;
8)    Petrobras realiza a maior capitalização da América Latina por uma empresa, algo em torno de US$ 25 bilhões de dólares, além de o  Pré-Sal vira realidade;
9)    Contas públicas em ordem;
10)  Diminuição da carga tributária de 36,1% para 33,58% do PIB em plena crise;
11)  Sexta economia mundial e perspectiva de ser a quinta em cinco anos;
12)  Copa do Mundo em 2014 e Olimpíadas em 2016, abrindo ampla perspectiva de investimentos, obras e empregos;
 
Dívida pública – FHC a recebeu em 30% do PIB, em dezembro 1994, e a elevou para mais de 55% do PIB, em 2002, mesmo tendo vendido algumas “jóias da coroa”, como a Vale, com a privatização. O principal motivo para a alta da dívida foi a política de juros altíssimos, que remunerava investidores com ganhos reais acima de 20% ao ano. Nos oito anos de governo Lula, a dívida interna caiu para menos de 40% do PIB e hoje está em 36%. Tende a cair ainda mais com a política de juros baixos colocada em prática pela presidente Dilma.
  
Risco Brasil – Nos dois governos FHC, o Risco-Brasil bateu em 2,7 mil pontos e o País foi socorrido três vezes pelo Fundo Monetário Internacional. Com Lula, caiu a 200 pontos e o Brasil foi promovido a grau de investimento. Os tucanos alegam que, em seu período, o mundo sofreu com as crises do México, da Argentina, da Rússia e da Ásia. Petistas rebatem afirmando que enfrentaram, em 2008, uma crise nos Estados Unidos, o coração do capitalismo.
 
 
Dólar – No fim do governo FHC, o dólar foi a quase quatro reais e a inflação anualizada já era de dois dígitos. O Banco Central, de Armínio Fraga, atribuía ao risco Lula a alta do dólar e a disparada dos preços. Com Lula, e o BC nas mãos de Henrique Meirelles, a dívida pública em dólar foi zerada, o real se valorizou fortemente, as reservas internacionais somaram mais de U$S 250 bilhões e o Brasil passou a cumprir sua meta de inflação.
  
Emprego e transferência de renda – O saldo de empregos criados com carteira assinada no governo FHC foi de 700 mil postos de trabalho. Na era Lula, somaram mais de 11 milhões de vagas. Programas de transferência de renda, criados no governo FHC, foram acentuados na era Lula sob o guarda-chuva do Bolsa-Família. Com resultado, 23 milhões de pessoas cruzaram a linha da pobreza.
 
PS: O líder do PSDB, Fernando Henrique Cardoso, afirmo novamente, sofre de uma forte e conveniente amnésia. Ele, em seu artigo publicado hoje nos jornalões de direita, fica a deitar falação sobre herança maldita, aparelhamento do estado, a criticar a estatal que ele, o PSDB e a imprensa odeiam: a Petrobras e a falar de crise no setor de energia. Como o Neoliberal I tem memória curta, ele se esquece do apagão de 2005, que durou quase um ano.
 
O político conservador fala também sobre corrupção e mensalão e esquece, novamente por conveniência, dos múltiplos escândalos de seu governo, inclusive do mensalão tucano que nunca foi julgado pelo conservador STF, que faz oposição constante ao governo trabalhista. Enfim, FHC é assim: se finge de leitão para poder mamar deitado. É isso aí. (DSF)

Veja os escândalos da Era FHC e que nunca foram julgados 

1 – Conivência com a corrupção
 
Um dos primeiros gestos de FHC ao assumir a Presidência, em 1995, foi extinguir, por decreto, a Comissão Especial de Investigação, instituída no governo Itamar Franco e composta por representantes da sociedade civil, que tinha como objetivo combater a corrupção. Em 2001, para impedir a instalação da CPI da Corrupção, FHC criou a Controladoria-Geral da União, órgão que se especializou em abafar denúncias.
 
2 – O escândalo do Sivam
 
O contrato para execução do projeto Sivam foi marcado por escândalos. A empresa Esca, associada à norte-americana Raytheon, e responsável pelo gerenciamento do projeto, foi extinta por fraudes contra a Previdência. Denúncias de tráfico de influência derrubaram o embaixador Júlio César dos Santos e o ministro da Aeronáutica, Brigadeiro Mauro Gandra.
 
3 – A farra do Proer
 
O Proer demonstrou, já em 1996, como seriam as relações do governo FHC com o sistema financeiro. Para FHC, o custo do programa ao Tesouro Nacional foi de 1% do PIB. Para os ex-presidentes do BC, Gustavo Loyola e Gustavo Franco, atingiu 3% do PIB. Mas para economistas da Cepal, os gastos chegaram a 12,3% do PIB, ou R$ 111,3 bilhões, incluindo a recapitalização do Banco do Brasil, da CEF e o socorro aos bancos estaduais.
 
4 – Caixa dois de campanhas
 
As campanhas de FHC em 1994 e em 1998 teriam se beneficiado de um esquema de caixa-dois. Em 1994, pelo menos R$ 5 milhões não apareceram na prestação de contas entregue ao TSE. Em 1998, teriam passado pela contabilidade paralela R$ 10,1 milhões.
 
5 – Propina na privatização
 
Ricardo Sérgio de Oliveira, ex-caixa de campanha de FHC e do senador José Serra e ex-diretor da Área Internacional do Banco do Brasil, foi acusado de pedir propina de R$ 15 milhões para obter apoio dos fundos de pensão ao consórcio do empresário Benjamin Steinbruch, que levou a Vale, e de ter cobrado R$ 90 milhões para ajudar na montagem do consórcio Telemar.
 
6 – A emenda da reeleição
 
O instituto da reeleição foi obtido por FHC a preços altos. Gravações revelaram que os deputados Ronivon Santiago e João Maia, do PFL do Acre, ganharam R$ 200 mil para votar a favor do projeto. Os deputados foram expulsos do partido e renunciaram aos mandatos. Outros três deputados acusados de vender o voto, Chicão Brígido, Osmir Lima e Zila Bezerra, foram absolvidos pelo plenário da Câmara.
 
7 – Grampos telefônicos
 
Conversas gravadas de forma ilegal foram um capítulo à parte no governo FHC. Durante a privatização do sistema Telebrás, grampos no BNDES flagraram conversas de Luiz Carlos Mendonça de Barros, então ministro das Comunicações, e André Lara Resende, então presidente do BNDES, articulando o apoio da Previ para beneficiar o consórcio do banco Opportunity, que tinha como um dos donos o economista Pérsio Arida, amigo de Mendonça de Barros e de Lara Resende. Até FHC entrou na história, autorizando o uso de seu nome para pressionar o fundo de pensão dos funcionários do Banco do Brasil.
 
8 – TRT paulista
 
A construção da sede do TRT paulista representou um desvio de R$ 169 milhões aos cofres públicos. A CPI do Judiciário contribuiu para levar o juiz Nicolau dos Santos Neto, ex-presidente do Tribunal, para a cadeia e para cassar o mandato do Senador Luiz Estevão (PMDB-DF), dois dos principais envolvidos no caso.
 
9 – Os ralos do DNER
 
O DNER foi o principal foco de corrupção no governo de FHC. Seu último avanço em matéria de tecnologia da propina atende pelo nome de precatórios. A manobra consiste em furar a fila para o pagamento desses títulos. Estima-se que os beneficiados pela fraude pagavam 25% do valor dos precatórios para a quadrilha que comandava o esquema. O órgão acabou sendo extinto pelo governo.
 
10 – O “caladão”
 
O Brasil calou no início de julho de 1999 quando o governo FHC implementou o novo sistema de Discagem Direta a Distância (DDD). Uma pane geral deixou os telefones mudos. As empresas que provocaram o caos no sistema haviam sido recém-privatizadas. O “caladão” provocou prejuízo aos consumidores, às empresas e ao próprio governo. Ficou tudo por isso mesmo.
 
11 – Desvalorização do real
 
FHC se reelegeu em 1998 com um discurso que pregava “ou eu ou o caos”. Segurou a quase paridade entre o real e o dólar até passar o pleito. Vencida a eleição, teve de desvalorizar a moeda. Há indícios de vazamento de informações do Banco Central. O deputado Aloizio Mercadante, do PT, divulgou lista com o nome dos 24 bancos que lucraram muito com a mudança cambial e outros quatro que registraram movimentação especulativa suspeita às vésperas do anúncio das medidas.
 
12 – O caso Marka/FonteCindam
 
Durante a desvalorização do real, os bancos Marka e FonteCindam foram socorridos pelo Banco Central com R$ 1,6 bilhão. O pretexto é que a quebra desses bancos criaria risco sistêmico para a economia. Chico Lopes, ex-presidente do BC, e Salvatore Cacciola, ex-dono do Banco Marka, estiveram presos, ainda que por um pequeno lapso de tempo. Cacciola retornou à sua Itália natal, onde vive tranquilo.
 
13 – Base de Alcântara
 
O governo FHC enfrenta resistências para aprovar o acordo de cooperação internacional que permite aos Estados Unidos usarem a Base de Lançamentos Espaciais de Alcântara (MA). Os termos do acordo são lesivos aos interesses nacionais. Exemplos: áreas de depósitos de material americano serão interditadas a autoridades brasileiras. O acesso brasileiro a novas tecnologias fica bloqueado e o acordo determina ainda com que países o Brasil pode se relacionar nessa área. Diante disso, o PT apresentou emendas ao tratado – todas acatadas na Comissão de Relações Exteriores da Câmara.
 
14 – Biopirataria oficial
 
Antigamente, os exploradores levavam nosso ouro e pedras preciosas. Hoje, levam nosso patrimônio genético. O governo FHC teve de rever o contrato escandaloso assinado entre a Bioamazônia e a Novartis, que possibilitaria a coleta e transferência de 10 mil microorganismos diferentes e o envio de cepas para o exterior, por 4 milhões de dólares. Sem direito ao recebimento de royalties. Como um único fungo pode render bilhões de dólares aos laboratórios farmacêuticos, o contrato não fazia sentido. Apenas oficializava a biopirataria.
 
15 – O fiasco dos 500 anos
 
As festividades dos 500 anos de descobrimento do Brasil, sob coordenação do ex-ministro do Esporte e Turismo, Rafael Greca (PFL-PR), se transformaram num fiasco monumental. Índios e sem-terra apanharam da polícia quando tentaram entrar em Porto Seguro (BA), palco das comemorações. O filho do presidente, Paulo Henrique Cardoso, é um dos denunciados pelo Ministério Público de participação no episódio de superfaturamento da construção do estande brasileiro na Feira de Hannover, em 2000.
 
16 – Eduardo Jorge, um personagem suspeito
 
Eduardo Jorge Caldas, ex-secretário-geral da Presidência, é um dos personagens mais sombrios que freqüentou o Palácio do Planalto na era FHC. Suspeita-se que ele tenha se envolvido no esquema de liberação de verbas para o TRT paulista e em superfaturamento no Serpro, de montar o caixa dois para a reeleição de FHC, de ter feito lobby para empresas de informática, e de manipular recursos dos fundos de pensão nas privatizações. Também teria tentado impedir a falência da Encol.
 
17 – Drible na reforma tributária
 
O PT participou de um acordo, do qual faziam parte todas as bancadas com representação no Congresso Nacional, em torno de uma reforma tributária destinada a tornar o sistema mais justo, progressivo e simples. A bancada petista apoiou o substitutivo do relator do projeto na Comissão Especial de Reforma Tributária, deputado Mussa Demes (PFL-PI). Mas o ministro da Fazenda, Pedro Malan, e o Palácio do Planalto impediram a tramitação.
 
18 – Rombo transamazônico na Sudam
 
O rombo causado pelo festival de fraudes transamazônicas na Superintendência de Desenvolvimento da Amazônia, a Sudam, no período de 1994 a 1999, ultrapassa R$ 2 bilhões. As denúncias de desvios de recursos na Sudam levaram o ex-presidente do Senado, Jader Barbalho (PMDB-PA) a renunciar ao mandato. Ao invés de acabar com a corrupção que imperava na Sudam e colocar os culpados na cadeia, o presidente Fernando Henrique Cardoso resolveu extinguir o órgão. O PT ajuizou ação de inconstitucionalidade no Supremo Tribunal Federal contra a providência do governo.
 
19 – Os desvios na Sudene
 
Foram apurados desvios de R$ 1,4 bilhão em 653 projetos da Superintendência de Desenvolvimento do Nordeste, a Sudene. A fraude consistia na emissão de notas fiscais frias para a comprovação de que os recursos recebidos do Fundo de Investimentos do Nordeste (Finor) foram aplicados. Como no caso da Sudam, FHC decidiu extinguir o órgão. O PT também questionou a decisão no Supremo Tribunal Federal.
 
20 – Calote no Fundef
 
O governo FHC desrespeita a lei que criou o Fundef. Em 2002, o valor mínimo deveria ser de R$ 655,08 por aluno/ano de 1ª a 4ª séries e de R$ 688,67 por aluno/ano da 5ª a 8ª séries do ensino fundamental e da educação especial. Mas os valores estabelecidos ficaram abaixo: R$ 418,00 e R$ 438,90, respectivamente. O calote aos estados mais pobres soma R$ 11,1 bilhões desde 1998.
 
21 – Abuso de MPs
 
Enquanto senador, FHC combatia com veemência o abuso nas edições e reedições de Medidas Provisórias por parte José Sarney e Fernando Collor. Os dois juntos editaram e reeditaram 298 MPs. Como presidente, FHC cedeu à tentação autoritária. Editou e reeditou, em seus dois mandatos, 5.491medidas. O PT participou ativamente das negociações que resultaram na aprovação de emenda constitucional que limita o uso de MPs.
 
22 – Acidentes na Petrobras
 
Por problemas de gestão e falta de investimentos, a Petrobras protagonizou uma série de acidentes ambientais no governo FHC que viraram notícia no Brasil e no mundo. A estatal foi responsável pelos maiores desastres ambientais ocorridos no País nos últimos anos. Provocou, entre outros, um grande vazamento de óleo na Baía de Guanabara, no Rio, outro no Rio Iguaçu, no Paraná. Uma das maiores plataformas da empresa, a P-36, afundou na Bacia de Campos, causando a morte de 11 trabalhadores. A Petrobras também ganhou manchetes com os acidentes de trabalho em suas plataformas e refinarias que ceifaram a vida de centenas de empregados.
 
23 – Apoio a Fujimori
 
O presidente FHC apoiou o terceiro mandato consecutivo do corrupto ditador peruano Alberto Fujimori, um sujeito que nunca deu valor à democracia e que fugiu do País para não viver os restos de seus dias na cadeia. Não bastasse isso, concedeu a Fujimori a medalha da Ordem do Cruzeiro do Sul, o principal título honorário brasileiro. O Senado, numa atitude correta, acatou sugestão apresentada pelo senador Roberto Requião (PMDB-PR) e cassou a homenagem.
 
24 – Desmatamento na Amazônia
 
Por meio de decretos e medidas provisórias, o governo FHC desmontou a legislação ambiental existente no País. As mudanças na legislação ambiental debilitaram a proteção às florestas e ao cerrado e fizeram crescer o desmatamento e a exploração descontrolada de madeiras na Amazônia. Houve aumento dos focos de queimadas. A Lei de Crimes Ambientais foi modificada para pior.
 
25 – Os computadores do FUST
 
A idéia de equipar todas as escolas públicas de ensino médio com 290 mil computadores se transformou numa grande negociata. Os recursos para a compra viriam do Fundo de Universalização das Telecomunicações, o Fust. Mas o governo ignorou a Lei de Licitações, a 8.666. Além disso, fez megacontrato com a Microsoft, que teria, com o Windows, o monopólio do sistema operacional das máquinas, quando há softwares que poderiam ser usados gratuitamente. A Justiça e o Tribunal de Contas da União suspenderam o edital de compra e a negociata está suspensa.
 
26 – Arapongagem
 
O governo FHC montou uma verdadeira rede de espionagem para vasculhar a vida de seus adversários e monitorar os passos dos movimentos sociais. Essa máquina de destruir reputações é constituída por ex-agentes do antigo SNI ou por empresas de fachada. Os arapongas tucanos sabiam da invasão dos sem-terra à propriedade do presidente em Buritis, em março deste ano, e o governo nada fez para evitar a operação. Eles foram responsáveis também pela espionagem contra Roseana Sarney.
 
27 – O esquema do FAT
 
A Fundação Teotônio Vilela, presidida pelo ex-presidente do PSDB, senador alagoano Teotônio Vilela, e que tinha como conselheiro o presidente FHC, foi acusada de envolvimento em desvios de R$ 4,5 milhões do Fundo de Amparo ao Trabalhador (FAT). Descobriu-se que boa parte do dinheiro, que deveria ser usado para treinamento de 54 mil trabalhadores do Distrito Federal, sumiu. As fraudes no financiamento de programas de formação profissional ocorreram em 17 unidades da federação e estão sob investigação do Tribunal de Contas da União (TCU) e do Ministério Público.
 
28 – Mudanças na CLT
 
A maioria governista na Câmara dos Deputados aprovou, contra o voto da bancada do PT, projeto que flexibiliza a CLT, ameaçando direitos consagrados dos trabalhadores, como férias, décimo terceiro e licença maternidade. O projeto esvazia o poder de negociação dos sindicatos. No Senado, o governo FHC não teve forças para levar adiante essa medida anti-social.
 
29 – Obras irregulares
 
Um levantamento do Tribunal de Contas da União, feito em 2001, indicou a existência de 121 obras federais com indícios de irregularidades graves. A maioria dessas obras pertence a órgãos como o extinto DNER, os ministérios da Integração Nacional e dos Transportes e o Departamento Nacional de Obras Contra as Secas. Uma dessas obras, a hidrelétrica de Serra da Mesa, interior de Goiás, deveria ter custado 1,3 bilhão de dólares. Consumiu o dobro.
 
30 – Explosão da dívida pública
 
Quando FHC assumiu a Presidência da República, em janeiro de 1995, a dívida pública interna e externa somava R$ 153,4 bilhões. Entretanto, a política de juros altos de seu governo, que pratica as maiores taxas do planeta, elevou essa dívida para R$ 684,6 bilhões em abril de 2002, um aumento de 346%. Hoje, a dívida já equivale a preocupantes 54,5% do PIB.
 
31 – Avanço da dengue
 
A omissão do Ministério da Saúde é apontada como principal causa da epidemia de dengue no Rio de Janeiro. O ex-ministro José Serra demitiu seis mil mata-mosquitos contratados para eliminar focos do mosquito Aedes Aegypti. Em 2001, o Ministério da Saúde gastou R$ 81,3 milhões em propaganda e apenas R$ 3 milhões em campanhas educativas de combate à dengue. Resultado: de janeiro a maio de 2002, só o estado do Rio registrou 207.521 casos de dengue, levando 63 pessoas à morte.
 
32 – Verbas do BNDES
 
Além de vender o patrimônio público a preço de banana, o governo FHC, por meio do BNDES, destinou cerca de R$ 10 bilhões para socorrer empresas que assumiram o controle de ex-estatais privatizadas. Quem mais levou dinheiro do banco público que deveria financiar o desenvolvimento econômico e social do Brasil foram as teles e as empresas de distribuição, geração e transmissão de energia. Em uma das diversas operações, o BNDES injetou R$ 686,8 milhões na Telemar, assumindo 25% do controle acionário da empresa.
 
33 – Crescimento pífio do PIB
 
Na “Era FHC”, a média anual de crescimento da economia brasileira estacionou em pífios 2%, incapaz de gerar os empregos que o País necessita e de impulsionar o setor produtivo. Um dos fatores responsáveis por essa quase estagnação é o elevado déficit em conta-corrente, de 23 bilhões de dólares no acumulado dos últimos 12 meses. Ou seja: devido ao baixo nível da poupança interna, para investir em seu desenvolvimento, o Brasil se tornou extremamente dependente de recursos externos, pelos quais paga cada vez mais caro.
 
34 – Renúncias no Senado
 
A disputa política entre o Senador Antônio Carlos Magalhães (PFL-BA) e o Senador Jader Barbalho (PMDB-PA), em torno da presidência do Senado expôs publicamente as divergências da base de sustentação do governo. ACM renunciou ao mandato, sob a acusação de violar o painel eletrônico do Senado na votação que cassou o mandato do senador Luiz Estevão (PMDB-DF). Levou consigo seu cúmplice, o líder do governo, senador José Roberto Arruda (PSDB-DF). Jader Barbalho se elegeu presidente do Senado, com apoio ostensivo de José Serra e do PSDB, mas também acabou por renunciar ao mandato, para evitar a cassação. Pesavam contra ele denúncias de desvio de verbas da Sudam.
 
35 – Racionamento de energia
 
A imprevidência do governo FHC e das empresas do setor elétrico gerou o apagão. O povo se mobilizou para abreviar o racionamento de energia. Mesmo assim foi punido. Para compensar supostos prejuízos das empresas, o governo baixou Medida Provisória transferindo a conta do racionamento aos consumidores, que são obrigados a pagar duas novas tarifas em sua conta de luz. O pacote de ajuda às empresas soma R$ 22,5 bilhões.
 
36 – Assalto ao bolso do consumidor
 
FHC quer que o seu governo seja lembrado como aquele que deu proteção social ao povo brasileiro. Mas seu governo permitiu a elevação das tarifas públicas bem acima da inflação. Desde o início do plano real até agora, o preço das tarifas telefônicas foi reajustado acima de 580%. Os planos de saúde subiram 460%, o gás de cozinha 390%, os combustíveis 165%, a conta de luz 170% e a tarifa de água 135%. Neste período, a inflação acumulada ficou em 80%.
 
37 – Explosão da violência
 
O Brasil é um país cada vez mais violento. E as vítimas, na maioria dos casos, são os jovens. Na última década, o número de assassinatos de jovens de 15 a 24 anos subiu 48%. A Unesco coloca o País em terceiro lugar no ranking dos mais violentos, entre 60 nações pesquisadas. A taxa de homicídios por 100 mil habitantes, na população geral, cresceu 29%. Cerca de 45 mil pessoas são assassinadas anualmente. FHC pouco ou nada fez para dar mais segurança aos brasileiros.
 
38 – A falácia da Reforma agrária
 
O governo FHC apresentou ao Brasil e ao mundo números mentirosos sobre a reforma agrária. Na propaganda oficial, espalhou ter assentado 600 mil famílias durante oito anos de reinado. Os números estavam inflados. O governo considerou assentadas famílias que haviam apenas sido inscritas no programa. Alguns assentamentos só existiam no papel. Em vez de reparar a fraude, baixou decreto para oficializar o engodo.
 
39 – Subserviência internacional
 
A timidez marcou a política de comércio exterior do governo FHC. Num gesto unilateral, os Estados Unidos sobretaxaram o aço brasileiro. O governo do PSDB foi acanhado nos protestos e hesitou em recorrer à OMC. Por iniciativa do PT, a Câmara aprovou moção de repúdio às barreiras protecionistas. A subserviência é tanta que em visita aos EUA, no início deste ano, o ministro Celso Lafer foi obrigado a tirar os sapatos três vezes e se submeter a revistas feitas por seguranças de aeroportos.
 
40 – Renda em queda e desemprego em alta
 
Para o emprego e a renda do trabalhador, a Era FHC pode ser considerada perdida. O governo tucano fez o desemprego bater recordes no País. Na região metropolitana de São Paulo, o índice de desemprego chegou a 20,4% em abril, o que significa que 1,9 milhão de pessoas estão sem trabalhar. O governo FHC promoveu a precarização das condições de trabalho. O rendimento médio dos trabalhadores encolheu nos últimos três anos.
 
41 – Relações perigosas
 
Diga-me com quem andas e te direi quem és. Esse ditado revela um pouco as relações suspeitas do presidenciável tucano José Serra com três figuras que estiveram na berlinda nos últimos dias. O economista Ricardo Sérgio de Oliveira, ex-caixa de campanha de Serra e de FHC, é acusado de exercer tráfico de influência quando era diretor do Banco do Brasil e de ter cobrado propina no processo de privatização. Ricardo Sérgio teria ajudado o empresário espanhol Gregório Marin Preciado a obter perdão de uma dívida de R$ 73 milhões junto ao Banco do Brasil. Preciado, casado com uma prima de Serra, foi doador de recursos para a campanha do senador paulista. Outra ligação perigosa é com Vladimir Antonio Rioli, ex-vice-presidente de operações do Banespa e ex-sócio de Serra em empresa de consultoria. Ele teria facilitado uma operação irregular realizada por Ricardo Sérgio para repatriar US$ 3 milhões depositados em bancos nas Ilhas Cayman – paraíso fiscal do Caribe.
 
42 – Violação aos direitos humanos
 
Massacres como o de Eldorado do Carajás, no sul do Pará, onde 19 sem-terra foram assassinados pela polícia militar do governo do PSDB em 1996, figuram nos relatórios da Anistia Internacional, que recentemente denunciou o governo FHC de violação aos direitos humanos. A Anistia critica a impunidade e denuncia que polícias e esquadrões da morte vinculados a forças de segurança cometeram numerosos homicídios de civis, inclusive crianças, durante o ano de 2001. A entidade afirma ainda que as práticas generalizadas e sistemáticas de tortura e maus-tratos prevalecem nas prisões.
 
43 – Correção da tabela do IR
 
Com fome de leão, o governo congelou por seis anos a tabela do Imposto de Renda. O congelamento aumentou a base de arrecadação do imposto, pois com a inflação acumulada, mesmo os que estavam isentos e não tiveram ganhos salariais, passaram a ser taxados. FHC só corrigiu a tabela em 17,5% depois de muita pressão da opinião pública e após aprovação de projeto pelo Congresso Nacional. Mesmo assim, após vetar o projeto e editar uma Medida Provisória que incorporava parte do que fora aprovado pelo Congresso, aproveitou a oportunidade e aumentou alíquotas de outros tributos.
 
44 – Intervenção na Previ
 
FHC aproveitou o dia de estréia do Brasil na Copa do Mundo de 2002 para decretar intervenção na Previ, o fundo de pensão dos funcionários do Banco do Brasil, com patrimônio de R$ 38 bilhões e participação em dezenas de empresas. Com este gesto, afastou seis diretores, inclusive os três eleitos democraticamente pelos funcionários do BB. O ato truculento ocorreu a pedido do banqueiro Daniel Dantas, dono do Opportunitty. Dias antes da intervenção, FHC recebeu Dantas no Palácio Alvorada. O banqueiro, que ameaçou divulgar dossiês comprometedores sobre o processo de privatização, trava queda-de-braço com a Previ para continuar dando as cartas na Brasil Telecom e outras empresas nas quais são sócios.
 
45 – Barbeiragens do Banco Central
 
O Banco Central – e não o crescimento de Lula nas pesquisas – tem sido o principal causador de turbulências no mercado financeiro. Ao antecipar de setembro para junho o ajuste nas regras dos fundos de investimento, que perderam R$ 2 bilhões, o BC deixou o mercado em polvorosa. Outro fator de instabilidade foi a decisão de rolar parte da dívida pública estimulando a venda de títulos LFTs de curto prazo e a compra desses mesmos papéis de longo prazo. Isto fez subir de R$ 17,2 bilhões para R$ 30,4 bilhões a concentração de vencimentos da dívida nos primeiros meses de 2003. O dólar e o risco Brasil dispararam. Combinado com os especuladores e o comando da campanha de José Serra, Armínio Fraga não vacilou em jogar a culpa no PT e nas eleições.

Fontes: Ministério da Fazenda, Banco Central e Portal da Transparência do Governo Federal e Blogosfera.  

A assessoria de comunicação do Grupo Opportunity entrou em contato com o 247 com a seguinte resposta ao artigo de Davis Sena Filho:

O artigo, "FHC, o neoliberal, sofre de amnésia, fala muito e não diz nada, editado em 4/8, no site Brasil 247, e escrito por David Sena Filho, cita Daniel Dantas em dois itens.
Por isso, é preciso esclarecer o seguinte:
Em relação ao citado grampo telefônico (item 7), a Justiça inocentou, em 2010, o ex-ministro das Comunicações, Luiz Carlos Mendonça de Barros, e o ex-presidente do BNDES, André Lara Rezende, das acusações relativas ao processo de privatização das teles, entre elas a de favorecimento ao Opportunity, feitas pelo Ministério Público Federal.
As acusações falsas, que duraram 12 anos, e que esperava-se fossem revistas após a decisão judicial, persistem na história da privatização no artigo de Davis Sena Filho.
Deve-se destacar que o consórcio, organizado e capitalizado pelo Opportunity, adquiriu, no leilão, a Brasil Telecom (Tele Centro Sul), Telemig Celular e Tele Norte Celular e honrou os compromissos dessas aquisições.
À época da gestão indicada pelos fundos Opportunity, tais empresas eram sólidas financeiramente, líderes em seus mercados e investidoras em programas sociais e culturais de destaque.
Em relação à intervenção na Previ, deve-se destacar que ela foi decretada pelo Ministério da Previdência e Assistência Social porque a fundação se recusava a dar cumprimento à determinação legal de ajustamento de seu Estatuto.
O fato é que o interventor, Sr. Carlos Eduardo Esteves Lima, era ligado ao PT e inclusive substituiu a ministra Erenice Guerra na Casa Civil durante o governo Lula.
A diretoria da Previ aproveitou a intervenção para criar um fato político, facilmente desmontado pela indicação do interventor petista.
Os encontros que Daniel Dantas teve com o ex-presidente Fernando Henrique Cardoso e outros dirigentes de empresas de telecomunicação não tiveram como pauta a intervenção da Previ.
Por último, Daniel Dantas nunca ameaçou o ex-presidente Fernando Henrique Cardoso ou quem quer que seja com dossiês. A afirmação contida no artigo é ofensiva e leviana.
Atenciosamente,
Elisabel Benozatti
Assessoria de Comunicação do Opportunity

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